sexta-feira, 29 de junho de 2007

Demodex

O nome é lindo. Fabuloso. Moderno. Tecnológico. Chamativo. E não é originário da língua francesa. Démodé significa fora de moda e no Brasil se escreve demodê mesmo. Esse nome incrível representa uma espécie de ácaro. Um dos menores tipos de artrópodes parasitas e que possui duas espécies que podem habitar no homem. Você leu certo. Você pode ter um ou mais demodex de estimação e nem se dá conta disso.

Onde ele fica? Na sua cara! Geralmente próximo do nariz e dos cílios. Não achou? Vamos aos fatos:

Demodex é um gênero de ácaro parasiteiro que vive dentro ou próximo de folículos epiteliais de mamíferos. Aproximadamente 65 espécies de ácaros Demodex são conhecidos e estão entre as menos espécies de Artrópodes. Duas espécies que moram em humanos foram identificadas: Demodex follicorum e Demodex brevis e também são conhecidos como ácaros dos cílios. A Demodex cannis vive no cão doméstico. Infestações com ácaros Demodex são comuns e comumente não causam qualquer sintoma, ocasionalmente algumas doenças de pele podem ser causadas pelos ácaros.

Ambas as espécies que habitam serem humanos medem entre 0.3 mm e 0.4 mm, têm o como semitransparente que consiste em dois segmentos fundidos. Um segmento com oito pernas curtas são conectados ao segmento do corpo. Se alimenta basicamente de células da pele, hormônios e de óleo (sebo) que acumulam nos folículos epiteliais. O sistema digestivo delas é tão eficientes e resulta em tão pouco excremento que ele não tem orifício de excreção.

Esses ácaros são capazes de deixarem seus folículos epiteliais e vagarosamente passear pela pele, numa velocidade média de 8 - 16 cm/h, especialmente à noite, pois eles evitam luz. O tempo de vida deles é de algumas semanas e tanto os machos como as fêmeas têm um sistema de reprodução interno e botam ovos.

Pessoas mais velhas são mais propensas a terem tais ácaros. Estima-se que cerca de 95% a 98% de infestações ocorra em pessoas mais velhas devido a uma produção de óleo ser maior que nas crianças e pessoas mais jovens.

E muitos livros escolares dizem, erroneamente, que este bichinho é o causador da acne. A acne é uma doença da pele (dermatose) e afeta cerca de 80% dos adolescentes. Caracterizam-se por comedões (cravos), pústulas (espinhas) e em grandes aglomerados (cistos). Atinge principalmente a face e as regiões posteriores e inferiores do torax.

Podem ser causadas por: aumento da secreção de sebo, bactérias (Propionybacterium acnes (P. acnes); Propionibacterium granulosum; Propionibacterium avidum; Staphylococcus epidermides Malassezia furfur (Pityrosporum)), inflamação, devido ao aumento da espessura da camada mais superficial e lisa da pele ou obstrução do canal pilossebáceo, origem genética, hormônios e stress.

Dentre os tratamentos existentes temos: tratamentos locais, tratamentos orais, tratamentos cirúrgicos e como acompanhamento, tratamento psicológico. Algumas informações sobre cravos e espinhas são apenas mitos como:

  • Chocolate provoca espinha: não foi comprovado cientificamente.
  • Lavar o rosto várias vezes ao dia: Não ajuda a evitar e pode provocar o aumento de oleosidade.
  • É contagioso: É infecção, mas não é contagioso.
  • Cravos pretos são "sujos": Todo cravo é branco, a parte fica escura devido ao contato com o ar e sua oxidação.
  • Anticoncepcional piora a acne: dependendo do anticoncepcional pode até melhorar.
  • Masturbação causa acne: Não há relação entre ambos.
  • Menstruação causa acne: Devido a influencia dos hormônios, pode haver uma piora nos dias anteriores a menstruação.
  • O sol melhora a acne: Num primeiro instante sim, mas depois estimula mais as glandulas sebáceas.
  • Cicatrizes de acne não têm cura: Tem sim, devem ser realizados por um dermatologista experiente e as vezes dura várias etapas.
Devido ao conteúdo altamente perigoso para estômagos incautos, não postaremos fotos ilustrando.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Gelatina, baby!

Recentemente me veio a pergunta do que é feito a gelatina? Corri pegar um pacote de gelatina que tinha no armário e para a minha surpresa estava escrito:

Ingredientes:
Açúcar, gelatina, sal, acidulante, ácido fumárico, regulador de acidez citrato de sódio, aromatizantes e corantes tartrazina e amarelo crepúsculo.

Ou seja, um dos ingredientes para se fazer gelatina é a... rufem os tambores... gelatina. Não pude me conter de alegria com tamanha revelação e não me dando por vencido segue abaixo a pesquisa.

Existem dois tipos de gelatinas:

  • Animal

Substância originária de ossos, cascos e tendões de vacas e porcos. Para fazer a gelatina, os fabricantes trituram estas várias partes e dão a elas um pré-tratamento com um ácido forte ou com uma base forte para quebrar as estruturas celulares e liberar proteínas, como o colágeno. Depois deste pré-tratamento, a mistura é fervida. Durante este processo, a grande molécula do colágeno acaba se quebrando parcialmente e o produto resultante é chamado de gelatina. A gelatina é facilmente extraída, porque ela forma uma camada na superfície da mistura em fervura.


  • Vegetal

A gelatina de origem vegetal pode ser obtida a partir de agár-agár ou com base em carragena. O agár-agár, também conhecido como agár ou agarose, é um hidrocolóide extraído de diversos gêneros e espécies de algas marinhas vermelhas da classe Rodophyta, onde surge como carbohidrato estrutural na parede das células. O agár-agár é insolúvel em água fria, porém expande-se consideravelmente e absorve cerca de vinte vezes o seu próprio peso de água, formando um gel não-absorvível, não-fermentável e com a importante característica de ser atóxico. É amplamente utilizada em laboratórios para se fazer crescer bactérias e culturas. A carragena também se origina de algas vermelhas da classe Rodophyta e o tipo de carragena a ser extraído varia de acordo com a espécie da alga. O Brasil importa cerca de 90% da gelatina vegetal utilizada aqui.


A gelatina (em inglês americano gelatin ou gelatine, em inglês britânico jelly, em francês gélatine) mais comum é a de origem animal. A data certa da descoberta da gelatina é desconhecida, mas levando em consideração os elementos para sua fabricação, acredita-se que a gelatina foi descoberta há um bom tempo atrás. Durante o período Vitoriano (final de 1800 e começo de 1900) na Inglaterra, a gelatina era amplamente utilizada para a criação de pratos doces e salgados. A comercialização da gelatina parece ter surgido na Holanda em 1685, seguido de perto pela Inglaterra em torno de 1700. O primeiro comercial de gelatina foi feito nos Estados Unidos, em Massachusetts em 1808.


Sim! Você leu direito. Pratos doces e salgados. Apesar daquela gelatina que vem no pacotinho apresentar os mais variados sabores, a presença dela vai além da culinária.



  • Sobremesas: em pó, tabletes ou produto pronto para o consumo. Gomas, balas de caramelo, pastilhas, aerados como maria-mole, suspiro, torrone e marshmallow. Em iogurtes como estabilizantes, em sorvetes para controle dos cristais de gelo, em queijos moles e em sobremesas lácteas como flans, pudins e leite gelificado.


  • Frigoríficos: presunto, salsicha, frango enlatado, patês e caldos variados (carne, legumes, frango, etc).


  • Cremes vegetais: margarinas e cremes vegetais.


  • Bebidas: clarifica produtos por precipitação como o vinho, sucos e cerveja.


  • Farmácia: cápsulas gelatinosas envolvendo produtos com odores ou sabores desagrdáveis e comprimidos, unindo ingredientes ativos na modalidade de pó.


  • Fotografia: emulsão fotográfica, apesar de existirem produtos sintéticos, nenhum atingiu a mesma estabilidade e o baixo preço da gelatina.


  • Cosméticos: bases, cremes, pós compactos, etc.


  • Variados: no fabrico de cabeças de fósforos e lixas.


Ou seja, ela é realmente muito útil. E, se não fosse apenas útil ela é saudável, pois contém 9 dos 10 aminoácidos essenciais ao corpo humano e extremamente benéfica para retardar os efeitos do envelhecimento humano, como manter a elasticidade da pele, fortalecer as unhas e previnir a queda de cabelo.


Além disso, a gelatina tem a capacidade de se ligar a um grande quantidade de água, dando sensação de saciedade impedindo o exagero de alimentos.


A gelatina é uma proteína. É como se fosse um bloco de construção ligado um ao outro. A gelatina possui um formato quando está gelada. As proteínas se juntam umas às outras e constroem uma estrutura (A).



Quando a gelatina fica quente e úmida, ela perde a sua estrutura e os blocos se separam. A bola vermelha é uma gota de líquido sabor morango (B).



Quando a gelatina fica gelada novamente, as proteínas voltam aos seus formatos, mas agora elas prenderam uma gota do líquido (C).


A gelatina repõe o colágeno no organismo, a partir dos 25 anos de idade o organismo começa a reduzir a produção de colágeno, aos 50 produz apenas 35% do colágeno necessários para as articulações, ossos e pele. Sem o colágeno, o tônus muscular sofre uma diminuição, atingindo a saúde dos ossos, pele, unhas e cabelos, fazendo com que se tornem menos resistentes, percam a elasticidade, o brilho e reduzam o crescimento, facilitando o aparecimento de estrias e celulite, levando ao envelhecimento dos tecidos do corpo.


Mas há diferença entre a gelatina que compramos no supermercado para sobremesa e a gelatina vendida em casas de produtos naturais e suplementos alimentares. Nestes últimos, geralmente encontramos o colágeno em pó, ou em cápsulas, que é o colágeno em sua forma pura. Já a gelatina que compramos no supermercado, também tem colágeno na composição, porém, em menor quantidade.


Gostou? O que você está esperando para fazer aquela gelatina agora mesmo? Tem Laranja, Morango, Framboesa, Cereja, Limão, Uva, Maracujá, Tutti-Fruti, Abacaxi, Amora, Açaí, Maçã, Pêssego, Chá Verde, Frutas Tropicais, Manga, Cupuaçu, etc. É só escolher e rejuvenescer!