quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Doenças Peculiares

Hipocondríacos, afastem-se! Não ousem sequer terminar de ler esta primeira linha!

Sim! O texto que aparece a seguir é uma compilação de doenças que, no passado, chegaram a serem consideradas reais apesar de estranhas. Com o tempo pode-se então decobrir que algumas doenças são apenas parte dos sintomas de outras doenças, efeitos de novas tecnologias na vida do homem e resultados do poder que o lado psicológico tem sobre o corpo humano.

Algumas doenças existem no PubMed (um serviço de consultas da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos) outras, no entanto, têm fortes chances de serem falsas. O que não deixa de ser um fato curioso.

Segue a lista:

Síndrome do Controlador Aéreo: presença de úlceras estomacais nos controladores aéreos, como resultado do stress no trabalho. (Illinois Medical Journal, 1972)

Alopecia Walkmania: perda de cabelos pelo uso prolongado de fones de ouvido. (Journal of the American Medical Association, 1984)

Âncora Vidrado: apresentador de telejornal com os olhos vidrados causados pela leitura do teletipo para as câmeras sob luzes fortes e brilhantes. (Syracuse, New York, TV Station, 1960)

Humor Ártico: extrema irritabilidade nos exploradores do ártico devido a exposição a escuridão, monotonia, isolamento e privação de sentidos. (Lancet, 1910)

Dedos Cervejeiros: inchaço, coloração arroxeada e a perda do dedo causada por colocar o anel da lata de cerveja no dedo. (JAMA, 68)

Cérebro Bingo: dor de cabeça associada a intoxicação por monóxido de carbono que ocorre depois de passar várias horas em salas cheias de fumaça de cigarro dos bingos. (Canadian Medical Association, 1982)

Tique dos Observadores de Pássaros: a excitação nervosa ao contemplar uma espécie pela primeira vez. (Nex Scientist, 1982)

Psicose dos Fisioculturistas: surtos psicóticos associados ao uso de esteróides anabolizantes causando alucinações, ilusões paranóicas, mania de grandeza e sintomas maníacos-depressivos. (Lancet, 1987)

Pés de Cassino: dor nos pés causado por ficar em pé em frente das máquinas papa-fichas durante longos períodos de tempo. (Wilmington Morning Star, 1981)

Dedos de "torcedor de pescoço de frango": deslocação parcial e artrosi da articulação do dedo médio pelo uso contínuo deste para deslocar o pescoço dos frangos durante o abate. (BMA Journal, 1955)

Depressão de Natal: stress psicológico durante as férias de fim de ano, relacionado com o uso de alcool e das pressões sociais. (JAMA, 1982)

Cartão-de-creditite: dor no traseiro e músculos devido a pressão dos nervos por uma carteira recheada de cartões de crédito. (New England Medical Journal, 1966)

Dedo Disco: dedos irritados por estalar os dedos enquanto se dança. (New England Medical Journal)

Cotovelo de Passeador de Cães: dor causada pela tensão constante e puxões que volta e meia o cão dá na correia que o prende. (New England Medical Journal, 1979)

Epilepsia do Game SpaceWar!: epilepsia causada pelas luzes piscantes dos vídeo-games. (BMA Journal, 1982)

Fenômeno Pokemon: ataques epiléticos (causados em um episódio específico) em crianças com disposição prévia somada a histeria dos meios de comunicação a respeito desses ataques.(South Med J. 2001 )

Munheca Espressa: dor que os encarregados das máquinas de café espresso sofriam nas munhecas devidos aos fortes movimentos necessários para fazer o café. (JAMA, 1956)

Dermatite de Chinelo: doença da pele dos pés por usando chinelo de borracha. (BMA Journal 1965)

Dedos de frisbee: corte nos dedos devido a um intenso lançamento de frisbee. (New England Medical Journal, 1975)

Braço de Golf: dor no ombro e cotovelo depois de muitas partidas de golg. (BMA Journal, 1896)

Cotovelo de Pescador: inchaço doloroso do ombro devido a repetidas içadas da vara de pescar. (New England Medical Journal, 1981)

Dona-de-casite: sintomas nervosos devido a dedicação extrema à casa e à família. (Centrescope, 1976)

Nódulo dos Carregadores: inchaço dos carregados de um hotel devido ao transporte de malas pesadas. (Diseases of Occupations, 1975)

Congelamento por Picolé: congelamento dos lábios por ficar muito tempo em contato com um picolé. (New England Medical Journal, 1982)

Bunda de Jazz: acessos dolorosos em bailarinos que frequentemente dão giros apoiados em seus traseiros. (Daily Telegraph, 1987)

Foliculite de Jeans: irritação dos folículos pilosos da cintura causada por calças muito justas.(New England Medical Journal, 1981)

Dedos de manche: dor nos dedos devido ao uso prolongado de manches de videogames. (Jama, 1987)

Câimbras dos Afiadores: inchaço doloroso da mão causado por afiar muitas facas. (Diseases of Occupations, 1975)

Língua de selo: úlceras na boca devido a sensibilidade ao selo. (Dangerous Trades, 1902)

Câimbras dos Contadores de Dinheiro: ataques dolorosos dos músculos ao contar muito dinheiro. (English University Press, 1975)

Depressão de Autoestrada: dores de cabeça em motoristas que pegam congestionamento. (BMA Journal, 1963)

Joelhos de Beata: inchaço do joelho ao ajoelhar-se frequentemente para rezar. (Disease of Occupations, 1975)

Queratite do Abridor de Ostras: irritação ocular pelo contato com fragmentos da concha das ostras. (BMA Journal, 1896)

Síndrome dos Shorts Elásticos: formigamentos e inchações dos pé ao usar shorts elásticos muitos justas. (BMA Journal, 1972)

Fígado de Jogador: o perigo de passar mais tempo no bar do que jogando algum jogo. (Encyclopedia of Sports, 1971)

Perna Saque Rápido: ferida de bala na perna ao praticar o saque rápido de uma arma. (JAMA, 1966)

Síndrome do Reflexo da Busina: tendência dos motoristas que esperam em engarrafamentos e começam a businar muito. (New England Medical Journal, 1976)

Síndrome do Marido Aposentado: tensão, dor de cabeça, depressão e ansiedade na mulher de um marido que acaba de se aposentar. (Wester Journal of Medicine, 1984)

Nádegas de Costureira: endurecimento da pele devido a um trauma contínuo ao utilizar a máquina de costurar sentado no chão. (American Family Physician, 1979)

Síndrome de Papai Noel: dor lombar ao carregar crianças pesadas e pacotes. Uma doença que se adquire pelo contato com muitas crianças. (JAMA, 1986)

Pernas de Televisão: perda da flexibilidade normal das pernas por ficar sentando no sofá em frente à TV por muito tempo. (JAMA, 1958)

Dermatite do Vaso Sanitário: irritação cutânea do traseiro ao passar muito tempo no vaso sanitário. (Archive of Dermatology, 1933)

Coceira de Uniforme: irritação cutânea do pescoço, peito e braços ao usar novos uniformes. (BMJ, 1973)

Dermatite de Volkswagen: reação alérgica cutânea causada pelos parachoques de borracha. (Archive of Dermatology, 1971)

Síndrome da Mulher Trabalhadora: fadiga, irritabilidade, dor de cabeça e diminuição da libido pelos stress de fazer dois trabalhos. (Lancet, 1966)

Pé de Yoga: paralisia do pé devido a compressão ao praticar posições de Yoga. (Jama, 1971)

Foliculite de Jacuzzi: infecção dos folículos epiteliais devido a hidratação prolongada e a oclusão da pele (trajes de banho) dias após usar uma jacuzzi contaminada. (Atlas Levene de Dermatología)

Herpes de Gladiador: transmissão de herpes em desportos de luta e contato físico frequente com ferimentos como: boxe, rugbi, etc. (Clin Sports Med. 2004)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch

Volteeeei! E não estou testando as teclas do meu teclado. Esse monte de letras acima é o nome de uma cidade (alguns diriam vilarejo ou comunidade) que fica na ilha de Anglesey, no País de Gales.




É também conhecida como Llanfairpwllgwyngyll e seu nome pode ser sintetizado como Llanfair PG ou Llanfairpwll. Claro que para nós, brasileiros ou portugueses, não deve ser muito fácil falar isso tudo assim, de uma vez, mas com um pouco de treino até se torna fácil.




De acordo com o censo de 2001 a cidade possui 3040 moradores. 76% deles falam galês fluentemente e é a quinta maior população da ilha. O nome tem cerca de 58 letras e é o mais longo nome de cidade do mundo (no alfabeto galês são 51 letras porquê o 'ch' e o 'll' contam como uma única letra) e significa "Igreja de Santa Maria no buraco do avelã branco próximo do redemoinho rápido e da Igreja de São Tysilio da caverna vermelha". Profundo, não?






E pra quê um nome tão... peculiar?


O vilarejo foi originalmente chamado de Llanfair Pwllgwyngyll (Igreja de Santa Maria no buraco do avelã branco) e teve seu nome ampliado no século 19 numa tentativa de transformar o vilarejo em um centro comercial e turistico. Infelizmente a estratégia falhou e hoje eles apenas ostentam o título de cidade com o maior nome e crianças que evitam falar que passaram lá as férias pois só de escrever o nome da cidade a mão já cansou.


E de onde veio esta estratégia?


De uma cidade dos Estados Unidos que se chamava "Pueblo de Nuestra Señora la Reina de los Angeles sobre El Rio Porciuncula" que significa "Povo de Nossa Senhora a Rainha dos Anjos sobre o Rio Porciuncula". Tem certeza que não conhece ou nunca ouviu falar desta cidade?


Ela utilizou esta técnica do nome grande e prosperou. Hoje, ao ser a segunda maior cidade dos Estados Unidos, ela gosta de ser chamada apenas de Los Angeles. A única grande cidade americana a ser fundada por um grupo de colonizadores predominantemente afro-americanos.


Para deixar a coisa mais interessante a vila é dividida entre o centro antigo (Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch-uchaf) e a área mais nova localizada próxima da estação (Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch-isaf). Os mais antigos da área central se gabam por terem uma letra a mais, enquando os moradores da área mais nova acham mais cool o segundo nome.


Para facilitar a vida daqueles que falam português e desejam falar este nome maravilhoso. Segue este arquivo de áudio e a forma como é ouvida (com sotaque brasileiro, é óbvio):

ranviro pouguinguir guguerinch vindrobó rantisilio gogogó

É fácil, rápido e indolor. E para aqueles que gostam de saber só por curiosidade a cidade Brasileira com maior nome não é Pindamonhangaba, nem Itaquaquecetuba e sim Vila Bela da Santíssima Trindade.


Cidade de nome grande dá uma dor de cabeça, né? Nas minhas férias eu vou para Itu.

domingo, 7 de outubro de 2007

Fiat lux!

Antes de acharem que recomeço a blogar com patrocínio de palitos de fósforo, carros italianos ou sabonetes glicerinados, já esclareço que essa expressão em latin que significa: faça-se luz. E a expressão foi atribuída a Deus durante a criação do mundo no momento em que o dia era criado.


E também não é um post de cunho religioso mas é relacionado à um milagre da natureza: o vaga-lume.

O vaga-lume possui esse nome devido a capacidade de emitir luz intermitentemente e por sua natureza vagante, por assim dizer. Ele também é conhecido como pirilampo, nome proveniente do grego, pyris (pyros) = calor, lampis = luz. Além destes nomes, eles também podem ser chamados de: lampíride, lampírio, lampiro, lumeeira, lumeeiro, mosca-de-fogo, pirifora, salta-martim. Vários brasileiros, alguns de origem lusitana.

E nomes são o que não faltam para este ser luminoso: glow worm (em inglês), luciérnagas (em espanhol), lucciola (em italiano) ou seu nome científico lampyris noctiluca.

Veja mais detalhes abaixo:

Classificação Científica
ClassificaçãoDescrição
ReinoAnimalia
FiloArthropoda
ClasseInsecta
OrdemColeoptera
FamíliaLampyridae
GêneroLampyris



Essa é a espécie mais comum de pirilampos do Brasil. Outros insetos também têm a habilidade de emitir luz como as Elateridae e Fengodidae.



Os lampirídeos tem o ciclo biológico longo. A fêmea, com seu corpo frágil e cor de terra, pode somente arrastar-se no chão e são comumente confundidas com minhocas. Para compensar a falta de asas pequenas glândulas que segregam luciferina foi desenvolvida. Assim, o macho que é alado, tem a capacidade de enxergar a fêmea na terra e assim procriarem.



A larva é muito parecida com a fêmea adulta. Geralmente se alimentam de lesmas e caracóis, mas ela é capaz de comer até criaturas muito maiores que ela injetando-lhes um líquido paralizante. O estágio larval dura seis meses, a maior parte passada debaixo da terra. Habitam matas, campos e cerrados, preferindo os lugares úmidos e alagadiços como os brejos.



Suas lanternas ficam no ventre e variam de tamanho e disposição. Emitem luz esverdeada intermitente durante as poucas horas do enterdecer. Os lampejos equivalem ao início do namoro, mas também podem servir como instrumento de defesa ou para atrair a caça. Ao emitir a luz, a fêmea do vaga-lume corre o risco de atrair não apenas o vaga-lume macho como também predadores como carangueijos, aves e rãs.



Ok. Já sabemos o bastante sobre suas vidas mas, como eles geram essa luz?



A fosforescência decorre-lhes de uma reação entre um fermento e outras substâncias químicas. Uma molécula de luciferina é oxidada pelo oxigênio, ocorrendo assim a formação de uma molécula de oxiluciferina, que é uma molécula energizada. Quando essa molécula perde sua energia, passa a emitir luz. A enzima responsável pelo processo de oxidação é a luciferase. As luciferases são proteínas compostas por centenas de aminoácidos e é a sequência de aminoácidos que determina a cor da luz emitida por cada espécie de vaga-lume. Para cada molécula consumida, um fóton de luz é emitido.



Esse é um processo chamado de "oxidação biológica" ou bioluminescência e permite que a energia química seja convertida em energia luminosa sem a produção de calor.



A maior parte dos animais bioluminescentes do mundo está no oceano e não na terra. Recentemente cientistas de Taiwan divulgaram imagens de porcos que, aparentemente brilham no escuro. Feito alcançado por uma equipe que injetou proteínas verdes (green protein) de águas-vivas no DNA dos porcos. Seu objetivo não era fazer uma carne mais light (entendeu? light) ou um mascote fiel para os palmeirenses mas sim criar uma geração de porcos imunes a determinadas doenças.



Gostou? Vai uma Costelinha Light aí?

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Blog para Curioso 2.0

Olá pessoal!

Finalmente estou de volta com o Blog para Curioso. A nova edição possui banner próprio, alguns elementos novos e muito mais curiosidades e contando.

Espero que gostem!

Leandro - O Curioso

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Fata Morgana


É o nome em Latin para Morgan le Fay ou Morgana das Fadas como é conhecida na Grã-Bretanha, foi uma sacerdotisa da Ilha Sagrada, como é mais conhecida a Ilha de Avalon, na Bretanha. O nome morgana tem origem celta e quer dizer Mulher que veio do mar. Pode ser escrito Morganna ou Morgan. Algumas lendas baseadas nos contos do Rei Arthur acreditam que Morgana foi sua meia-irmã, uma feiticeira malvada que queria de todas as formas retirar sua espada Excalibur. É um dos personagens mais fortes nas lendas Arthurianas, seja como inimiga, como amiga, amante ou irmã, Morgana encanta, aterroriza e engrandece dando às mulheres uma importante retomada de sua posição forte no culto a Deusa, a base da bruxaria.


E por isso mesmo que esse nome foi designado para uma miragem que ocorre nas águas, para entender a miragem das águas, precisamos antes, entender as miragens que ocorrem na terra. A palavra miragem vem do francês Mirage que significa "ser refletido". As miragens não são alucinações, mas efeitos óticos reais que podem, inclusive, serem fotografados.

Esse efeito ótico ocorre devido a refração que a luz sofre quando muda de um meio para outro. Como quando colocamos uma objeto dentro de um vasilhame de água. A luz no ar, não sofre qualquer inclinação e, portanto vemos a parte externa do objeto sem qualquer deformação. Em compensação, a luz quando em um meio mais denso (água) sofre uma inclinação o que nos faz perceber o objeto mais inclinado dentro do vasilhame.

A lei de Snell diz que: quando um feixe de luz (1) atravessa uma superfície que separa dois meios transparentes mas diferentes (meio A e B), uma parte da luz é refletida e outra é refratada. Quanto mais denso um material, maior o índice de refração. Se o ângulo de incidência for maior que um valor limite, então toda luz é refletida (2).





Em um dia ensolarado o asfalto pode ficar muito quente, com isso o ar que fica próximo ao solo torna-se tão quente quanto o asfalto. Quando o ar fica muito quente ele fica menos denso e o índice de refração diminui à medida que fica próximo do chão. Assim, um raio de luz que se propaga em direção ao chão, em ângulo rasante, será constantemente desviado e refratado "para cima".



Com isso, quem vem pela pista e no sentido contrário vê um outro carro, tem a impressão que o chão está molhado e espelhando a imagem do carro. Por quê o cerebro humano sempre imagina que a luz caminha em linha reta quando na verdade a luz está fazendo um caminho curvo. Afinal, como podemos ter a impressão de haver uma poça de água no chão se o asfalto está fervendo?


E é justamente a diferença de densidade entre camadas de ar com temperaturas diferentes que fazem com que tenhamos interpretações irreais de imagens. Quando ocorre uma Fata Morgana, vemos no céu o reflexo de algum objeto que está no mar, pode ser uma ilha ou um barco. Assim surgiram teorias de barcos fantasmas voadores como o Flying Dutchman, que entrou para o folclore e se tornou elemento das continuações do filme Piratas do Caribe.



Abaixo uma série de miragens e fatas morganas para que você veja que isso é mais comum do que se imagina, e lembre-se: antes de correr na direção do Oásis, tente ver se não é uma miragem. Se é que isso é possível.









segunda-feira, 23 de julho de 2007

Ela vai te fazer chorar...


Quem nunca chorou ao cortar uma cebola? Você não? Os mais antigos acreditam que a pessoa que chora quando corta cebola é ciumenta. Quanto mais se chora, maior o ciúme e vice-versa.


A cebola é elemento obrigatório na nossa culinária atualmente e, por seu sabor e textura únicos conquista fãs e inimigos. Seu nome científico é Allium cepa, originária na Ásia, e sendo levada para o Ocidente, atingiu a Pérsia de onde se irradiou para a África e por todo o continente europeu. Os primeiros colonizadores a trouxeram para a América e, no Brasil, sua introdução ocorreu principalmente através do Rio Grande de Sul.


O consumo exagerado de cebola pode aumentar a formação de gases e causar desconfortos gastrintestinais, principalmente se for consumida crua. Depois de cozida ou escaldada as suas propriedades fermentativas reduzem e elas já ficam mais suaves. Por outro lado o consumo da cebola crua melhora o equilíbrio da flora intestinal e reduz o risco do aparecimento do câncer de colo retal.


Quando as cebolas são cortadas, as suas células são quebradas. As células das cebolas têm duas secções, uma com enzimas chamadas alinases e outra com sulfuretos. As enzimas decompõem os sulfuretos produzindo ácido sulfénico. O ácido sulfénico é instável e decompõe-se num gás volátil chamado sin-propanetial-S-óxido. O gás dissipa-se pelo ar procurando água para reagir.
Como, geralmente cortamos a cebola muito próximo de nosso rosto, o gás encontra a água presente nos olhos para reagir, formando uma solução muito fraca de ácido sulfúrico. O ácido sulfúrico irrita as terminações nervosas do olho, fazendo-os arder. Em resposta a esta irritação, as glândulas lacrimais entram em ação para diluir e lavar a irritação.

Para evitar chorar enquanto cortamos cebola recomenda-se descascar a cebola debaixo de água corrente ou dentro de uma vasilha de água. Molhar as mãos e a cebola antes de cortar pode reduzir o efeito do gás que reagirá com a água presente nas mãos e na cebola. Alguns recomendam respirar profundamente pela boca ou com um palito de fósforo entre os dentes, enquanto corta a cebola. Uma faca bem afiada danifica menos células da cebola, liberando menos gás. Outra solução é deixar a cebola em um congelador por uma hora aproximadamente já que as baixas temperaturas inibem a difusão das enzimas e do gás.


Para quem não vive sem uma nova tecnologia, existem os óculos para cortar cebola ou também conhecidos como Onion Goggles, por apenas U$19,95, você pode adquirir um óculos com espumas que envolvem os aros e impedem a entrada dos gases reagentes.



Abaixo uma receita gostosa de Anéis de Cebola (Onion Rings):




Ingredientes:


1 lata de cerveja (clara)

1 xícara de farinha de trigo

1 pitada de sal

3 cebolas cortadas em anéis de 1 cm de espessura (desfolhe e despreze a parte interna)

1 litro de óleo de soja para fritar

Modo de Preparo:

Em uma vasilha, coloque a farinha, o sal e adicione a cerveja. Misture até formar uma massa homogêneaColoque o óleo para esquentar bem. Quando estiver bem quente passe os anéis nesta massa deixando envolver bem.Frite aos poucos e deixe dourar.Retire e escorra em papel toalha. Sirva de preferência com carnes vermelhas.

DICA: Antes de empaná-las, deixe de molho no leite por uns dez minutos para perder um pouco da acidez.

A verdade é que depois que a refeição está pronta você rapidamente esquece o quanto já chorou por causa dela. Acabam-se as mágoas e os rancores e finalmente a paz impera na cozinha.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Pangrama

Pangrama vem do grego onde pan significa tudo e gramma significa letra. E se refere a uma frase ou expressão em que todas as letras do alfabeto é utilizada. Também pode ser chamado de pantograma, mas curiosamente ainda não consta no dicionário português.

Apesar de fazer parte da língua inglesa o Pangrama mais conhecido do mundo é:


The quick brown fox jumps over the lazy dog.

Contendo apenas 35 letras ela consegue reunir todas as 26 letras existentes na língua inglesa em uma frase com sentido: A ligeira raposa marrom pula sobre o cão preguiçoso. Sim, tem todas as 26 letras com direito a repeteco para as letras o, e, t, h, u e r.


Abaixo seguem alguns exemplos de pangramas com as antigas 23 letras do alfabeto brasileiro:


  1. Um pequeno jabuti xereta viu dez cegonhas felizes.

  2. Blitz prende ex-vesgo com cheque fajuto.

  3. Gazeta publica hoje no jornal uma breve nota de faxina na quermesse.

  4. Luís argüia à Júlia que «brações, fé, chá, óxido, pôr, zângão» eram palavras do português.


E eu, inclusive, criei uma:


Veja sempre o lado dos homens que não se queixam pelos gastos que fazem nos cubos.

Uma frase besta a respeito de homens e jogos de azar, mas tudo isso irá por água abaixo quando o Governo Brasileiro por em ação um Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 que tem por objetivo unificar todas as ortografias dos países que falam português.

Sim, uma calamidade está prestes a acontecer. Em 507 anos de língua portuguesa no Brasil, esta já sofreu tantas mudanças e adequações as misturas que ocorreu ao nosso povo, assim como este até hoje ainda não se adequou às suas complexidades gramaticais e ortográficas da língua portuguesa. Ou seja, mal aprendemos o nosso português e agora teremos que aprender outro. Para quem ainda não aprendeu nenhum, ótimo! Mas para aqueles que estudaram e fazem questão de utilizar acentuações, hifens, etc. um novo desafio está a nossa frente.

Eis alguns exemplos de mudanças após este acordo:

  • Em Portugal, húmido será úmido, como escrevemos no Brasil.
  • Assim como o 'c' e o 'p' em palavras onde ele não é pronunciado como em 'óptimo', 'acto', etc.
  • As paroxítonas terminadas em o duplo não tem mais acento: 'vôo' vira 'voo'.
  • O circunflexo em terceira pessoa do plural do presente do indicativo some: de 'lêem', temos 'leem'
  • Não existirá mais o trema (que já não existe mesmo)
  • K,W e Y voltam a fazer parte do alfabeto

É isso mesmo! Agora o alfabeto brasileiro passa a ter 26 letras, mesmo que o K, o W e o Y sejam utilizadas apenas para espressões derivadas de nomes estrangeiros e unidades de medida.

Assim, a única frase pangramática (porquê não?) válida para o português seria:

À noite, vovô Kowalsky vê o ímã cair no pé do pingüim queixoso e vovó põe açúcar no chá de tâmaras do jabuti feliz.

Uma frase beeeem Walt Disney, mas vale pela intenção.

Existe um termo chamado Janela Pangramática criado para definir uma grupo de todas letras do alfabeto que aparecem numa mesma expressão dentro de um texto qualquer em que o criador faz (na maioria das vezes) sem se dar conta. Para se ter uma idéia, em um texto de 1700 letras, a chance de se criar uma janela pangramática é de 50%. (Este texto possui cerca de 3000 caracteres e vários pangramas escritos de propósito.)

Vamos torcer para que nossos dirigentes não sigam adiante com essa loucura, pois não é ajustando as línguas de um país que os unifica. Existem palavras e expressões próprias. Existem misturas etmológicas. Existem questões culturais próprias que fazem com que cada língua seja única. Essa é a minha opinião. Qual é a sua? Responda usando um pangrama.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Demodex

O nome é lindo. Fabuloso. Moderno. Tecnológico. Chamativo. E não é originário da língua francesa. Démodé significa fora de moda e no Brasil se escreve demodê mesmo. Esse nome incrível representa uma espécie de ácaro. Um dos menores tipos de artrópodes parasitas e que possui duas espécies que podem habitar no homem. Você leu certo. Você pode ter um ou mais demodex de estimação e nem se dá conta disso.

Onde ele fica? Na sua cara! Geralmente próximo do nariz e dos cílios. Não achou? Vamos aos fatos:

Demodex é um gênero de ácaro parasiteiro que vive dentro ou próximo de folículos epiteliais de mamíferos. Aproximadamente 65 espécies de ácaros Demodex são conhecidos e estão entre as menos espécies de Artrópodes. Duas espécies que moram em humanos foram identificadas: Demodex follicorum e Demodex brevis e também são conhecidos como ácaros dos cílios. A Demodex cannis vive no cão doméstico. Infestações com ácaros Demodex são comuns e comumente não causam qualquer sintoma, ocasionalmente algumas doenças de pele podem ser causadas pelos ácaros.

Ambas as espécies que habitam serem humanos medem entre 0.3 mm e 0.4 mm, têm o como semitransparente que consiste em dois segmentos fundidos. Um segmento com oito pernas curtas são conectados ao segmento do corpo. Se alimenta basicamente de células da pele, hormônios e de óleo (sebo) que acumulam nos folículos epiteliais. O sistema digestivo delas é tão eficientes e resulta em tão pouco excremento que ele não tem orifício de excreção.

Esses ácaros são capazes de deixarem seus folículos epiteliais e vagarosamente passear pela pele, numa velocidade média de 8 - 16 cm/h, especialmente à noite, pois eles evitam luz. O tempo de vida deles é de algumas semanas e tanto os machos como as fêmeas têm um sistema de reprodução interno e botam ovos.

Pessoas mais velhas são mais propensas a terem tais ácaros. Estima-se que cerca de 95% a 98% de infestações ocorra em pessoas mais velhas devido a uma produção de óleo ser maior que nas crianças e pessoas mais jovens.

E muitos livros escolares dizem, erroneamente, que este bichinho é o causador da acne. A acne é uma doença da pele (dermatose) e afeta cerca de 80% dos adolescentes. Caracterizam-se por comedões (cravos), pústulas (espinhas) e em grandes aglomerados (cistos). Atinge principalmente a face e as regiões posteriores e inferiores do torax.

Podem ser causadas por: aumento da secreção de sebo, bactérias (Propionybacterium acnes (P. acnes); Propionibacterium granulosum; Propionibacterium avidum; Staphylococcus epidermides Malassezia furfur (Pityrosporum)), inflamação, devido ao aumento da espessura da camada mais superficial e lisa da pele ou obstrução do canal pilossebáceo, origem genética, hormônios e stress.

Dentre os tratamentos existentes temos: tratamentos locais, tratamentos orais, tratamentos cirúrgicos e como acompanhamento, tratamento psicológico. Algumas informações sobre cravos e espinhas são apenas mitos como:

  • Chocolate provoca espinha: não foi comprovado cientificamente.
  • Lavar o rosto várias vezes ao dia: Não ajuda a evitar e pode provocar o aumento de oleosidade.
  • É contagioso: É infecção, mas não é contagioso.
  • Cravos pretos são "sujos": Todo cravo é branco, a parte fica escura devido ao contato com o ar e sua oxidação.
  • Anticoncepcional piora a acne: dependendo do anticoncepcional pode até melhorar.
  • Masturbação causa acne: Não há relação entre ambos.
  • Menstruação causa acne: Devido a influencia dos hormônios, pode haver uma piora nos dias anteriores a menstruação.
  • O sol melhora a acne: Num primeiro instante sim, mas depois estimula mais as glandulas sebáceas.
  • Cicatrizes de acne não têm cura: Tem sim, devem ser realizados por um dermatologista experiente e as vezes dura várias etapas.
Devido ao conteúdo altamente perigoso para estômagos incautos, não postaremos fotos ilustrando.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Gelatina, baby!

Recentemente me veio a pergunta do que é feito a gelatina? Corri pegar um pacote de gelatina que tinha no armário e para a minha surpresa estava escrito:

Ingredientes:
Açúcar, gelatina, sal, acidulante, ácido fumárico, regulador de acidez citrato de sódio, aromatizantes e corantes tartrazina e amarelo crepúsculo.

Ou seja, um dos ingredientes para se fazer gelatina é a... rufem os tambores... gelatina. Não pude me conter de alegria com tamanha revelação e não me dando por vencido segue abaixo a pesquisa.

Existem dois tipos de gelatinas:

  • Animal

Substância originária de ossos, cascos e tendões de vacas e porcos. Para fazer a gelatina, os fabricantes trituram estas várias partes e dão a elas um pré-tratamento com um ácido forte ou com uma base forte para quebrar as estruturas celulares e liberar proteínas, como o colágeno. Depois deste pré-tratamento, a mistura é fervida. Durante este processo, a grande molécula do colágeno acaba se quebrando parcialmente e o produto resultante é chamado de gelatina. A gelatina é facilmente extraída, porque ela forma uma camada na superfície da mistura em fervura.


  • Vegetal

A gelatina de origem vegetal pode ser obtida a partir de agár-agár ou com base em carragena. O agár-agár, também conhecido como agár ou agarose, é um hidrocolóide extraído de diversos gêneros e espécies de algas marinhas vermelhas da classe Rodophyta, onde surge como carbohidrato estrutural na parede das células. O agár-agár é insolúvel em água fria, porém expande-se consideravelmente e absorve cerca de vinte vezes o seu próprio peso de água, formando um gel não-absorvível, não-fermentável e com a importante característica de ser atóxico. É amplamente utilizada em laboratórios para se fazer crescer bactérias e culturas. A carragena também se origina de algas vermelhas da classe Rodophyta e o tipo de carragena a ser extraído varia de acordo com a espécie da alga. O Brasil importa cerca de 90% da gelatina vegetal utilizada aqui.


A gelatina (em inglês americano gelatin ou gelatine, em inglês britânico jelly, em francês gélatine) mais comum é a de origem animal. A data certa da descoberta da gelatina é desconhecida, mas levando em consideração os elementos para sua fabricação, acredita-se que a gelatina foi descoberta há um bom tempo atrás. Durante o período Vitoriano (final de 1800 e começo de 1900) na Inglaterra, a gelatina era amplamente utilizada para a criação de pratos doces e salgados. A comercialização da gelatina parece ter surgido na Holanda em 1685, seguido de perto pela Inglaterra em torno de 1700. O primeiro comercial de gelatina foi feito nos Estados Unidos, em Massachusetts em 1808.


Sim! Você leu direito. Pratos doces e salgados. Apesar daquela gelatina que vem no pacotinho apresentar os mais variados sabores, a presença dela vai além da culinária.



  • Sobremesas: em pó, tabletes ou produto pronto para o consumo. Gomas, balas de caramelo, pastilhas, aerados como maria-mole, suspiro, torrone e marshmallow. Em iogurtes como estabilizantes, em sorvetes para controle dos cristais de gelo, em queijos moles e em sobremesas lácteas como flans, pudins e leite gelificado.


  • Frigoríficos: presunto, salsicha, frango enlatado, patês e caldos variados (carne, legumes, frango, etc).


  • Cremes vegetais: margarinas e cremes vegetais.


  • Bebidas: clarifica produtos por precipitação como o vinho, sucos e cerveja.


  • Farmácia: cápsulas gelatinosas envolvendo produtos com odores ou sabores desagrdáveis e comprimidos, unindo ingredientes ativos na modalidade de pó.


  • Fotografia: emulsão fotográfica, apesar de existirem produtos sintéticos, nenhum atingiu a mesma estabilidade e o baixo preço da gelatina.


  • Cosméticos: bases, cremes, pós compactos, etc.


  • Variados: no fabrico de cabeças de fósforos e lixas.


Ou seja, ela é realmente muito útil. E, se não fosse apenas útil ela é saudável, pois contém 9 dos 10 aminoácidos essenciais ao corpo humano e extremamente benéfica para retardar os efeitos do envelhecimento humano, como manter a elasticidade da pele, fortalecer as unhas e previnir a queda de cabelo.


Além disso, a gelatina tem a capacidade de se ligar a um grande quantidade de água, dando sensação de saciedade impedindo o exagero de alimentos.


A gelatina é uma proteína. É como se fosse um bloco de construção ligado um ao outro. A gelatina possui um formato quando está gelada. As proteínas se juntam umas às outras e constroem uma estrutura (A).



Quando a gelatina fica quente e úmida, ela perde a sua estrutura e os blocos se separam. A bola vermelha é uma gota de líquido sabor morango (B).



Quando a gelatina fica gelada novamente, as proteínas voltam aos seus formatos, mas agora elas prenderam uma gota do líquido (C).


A gelatina repõe o colágeno no organismo, a partir dos 25 anos de idade o organismo começa a reduzir a produção de colágeno, aos 50 produz apenas 35% do colágeno necessários para as articulações, ossos e pele. Sem o colágeno, o tônus muscular sofre uma diminuição, atingindo a saúde dos ossos, pele, unhas e cabelos, fazendo com que se tornem menos resistentes, percam a elasticidade, o brilho e reduzam o crescimento, facilitando o aparecimento de estrias e celulite, levando ao envelhecimento dos tecidos do corpo.


Mas há diferença entre a gelatina que compramos no supermercado para sobremesa e a gelatina vendida em casas de produtos naturais e suplementos alimentares. Nestes últimos, geralmente encontramos o colágeno em pó, ou em cápsulas, que é o colágeno em sua forma pura. Já a gelatina que compramos no supermercado, também tem colágeno na composição, porém, em menor quantidade.


Gostou? O que você está esperando para fazer aquela gelatina agora mesmo? Tem Laranja, Morango, Framboesa, Cereja, Limão, Uva, Maracujá, Tutti-Fruti, Abacaxi, Amora, Açaí, Maçã, Pêssego, Chá Verde, Frutas Tropicais, Manga, Cupuaçu, etc. É só escolher e rejuvenescer!

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Blue Moooooon!!!

Chamamos de Lua Azul a segunda lua cheia que ocorre num mesmo mês no calendário gregoriano. Quando a lua cheia cai no dia primeiro de um mês de 31 dias, no dia 31 terá outra lua cheia, a Lua Azul. Maio de 2007 é um mês com Lua Azul.


Ela ocorre uma vez a cada dois anos e sete meses, sete vezes a cada dezenove anos e trinta e seis vezes em um século. Isso se deve a que um mês terrestre tem em média 30,5 dias enquanto o mês lunar tem 29,5 dias.

Ficou confuso? Então observe a figura abaixo:



O planeta Terra gira em torno do Sol. Ela leva 1 ano, ou 365 dias e seis horas para dar uma volta completa ao redor dele. Cada uma das 12 posições na figura acima representa um mês do ano. Caso cada mês fosse uma divisão exata por 12 do movimento de translação, os meses teriam 30 dias e 12 horas, mas como os meses foram divididos de forma a se adequarem as estações do ano e às necessidades do homem, foi preciso que criassem o ano bissexto para ajustar a perda de 6 horas durante 4 anos. E assim, durante um ano bissexto, fevereiro passa a ter 29 dias ao invés dos usuais 28. Então vamos combinar que se dividíssemos um ano ideal por 12 teríamos um mês de 30,5 dias.


O mês lunar seria o tempo que a Lua demora para dar uma volta completa ao redor do planeta Terra. Como a lua é um satélite natural e não possui luz própria, a luz que vemos da Lua à noite é sempre um reflexo do Sol de acordo com a posição da lua ao redor da Terra. Quando ela está refletindo o sol em toda sua superfície nós vemos, ao olhar para o céu, a Lua Cheia(b). E quando vemos apenas sua sombra, esta é a Lua Nova (d). Nos períodos de transição entre uma lua e outra, temos o Quarto Crescente (c) e o Quarto Minguante (a). Cada fase da lua tem sete dias e nove horas. As quatro fases ou a volta completa resulta em 29,5 dias, ou seja, esse é o período do mês lunar. Graças a isso, o mês que começou com Lua Cheia, vai passar por todos os seus períodos e terminar com Lua Cheia. Tchã!


O termo Lua Azul ("Blue Moon") se originou a mais de 400 anos atrás, mas a razão para tal termo não tem explicação assim como os ingleses falavam que a Lua era feita de "Green Cheese" (Queijo verde), só por que esta se assemelha à um queijo quando embolorado em algumas noites. Existe a história de que o termo Lua Azul signifique algo que nunca acontecerá. "Só me casarei quando a Lua for azul", ou seja, ele não vai se casar nunca.


De fato, existem exemplos históricos de que a Lua tenha ficado efetivamente azul. Quando o vulcão Krakatoa localizado na Indonésia entrou em erupção e explodiu em 1883, as nuvens de poeira em suspensão fez com que o pôr-do-sol ficasse verde e a lua com tonalidade azul, por cerca de 2 anos. Em 1927, as monções indianas estavam chegando tarde e em uma estação extra-longa bastante poeira se elevou na atmosfera tornando a visibilidade da Lua em tonalidade azul. No nordeste da América da Norte a Lua azul foi vista em 1951 quando enormes incêndios na floresta ocidental no Canadá jogaram uma quantidade grande de partículas de fumaça no céu.


Mas esses eventos ocorrem tão raramente ao redor do planeta, que não são suficientes para dizer que originaram o termo. Modernamente, o termo Blue Moon para nomear a segunda Lua Cheia que acontece em um mesmo mês, pode ter começado a ser usada por James Hugj Pruett em uma matéria publicada na S&T de março de 1946. A revista Sky and Telescope adotou a nova definição de Pruett e passou a utilizá-la em sua publicação a partir maio de 1950 de então, o conceito de Blue Moon para denominar a segunda Lua Cheia de cada mês se espalhou e passou a ser usado pelos leitores da revista (de alcance mundial) e seu uso se generalizou ainda mais quando foi empregado em um popular programa de rádio de grande audiência, StarDate, em 31 de janeiro de 1980. Com o uso popular do termo a cerca de mais ou menos três décadas, Lua Azul, é altamente aceito hoje e assim a S&T emprestou sua contribuição para o folclore lunar moderno.



A lua Cheia influencia muito a vida do homem e muitos mitos surgem a seu respeito. Exemplos: a semeadura e a colheita devem ser realizadas durante determinadas luas, o corte de cabelo, a menstruação, os suicídios, os lobisomens, etc. Nada disso está ligado a fase da lua em si, nem mesmo o movimento das marés Sim, as marés são mais fortes na lua cheia e na lua nova, mas somente porque nestes períodos a Lua e o Sol estão alinhados e a força gravitacional dos dois exercida sobre os oceanos se soma.


Se uma lua Cheia já causa tanto impacto, imagine duas num mês só! Muito se teoriza e muito se inventa a respeito, mas nada é realmente concreto. Termino este post num dia de Lua Azul, apenas desejando que esta Lua ajude a todos a ter mais clareza de pensamento e permita que o ser humano pense no futuro e na possibilidade de termos muitas outras Luas Azuis.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

A Erva do Gato

Você sabia que existe uma erva que é capaz de deixar o gato doidão? E não é só gato. A maioria dos felinos sofrem o efeito dessa erva, mas antes que você pense que seu bichano corre sérios riscos de se tornar um adicto e que deverá levá-lo a sessões do Narcóticos Anônimos, deixe-me explicar mais sobre essa erva.


Seu nome popular é Catnip, mas também pode ser conhecida como erva dos gatos, erva-gateira, erva-gato, neveda dos gatos, catmint (inglês), hierba del gato (espanhol), herbe aux chats (francês), cataria (italiano) e o nome científico: Nepeta Cataria.


Essa erva é da mesma família que o Hortelã e suas folhas se assemelham muito apesar da folha do Catnip ser um pouco maior. Ela é nativa da Europa e da Ásia e logo foi levada para o Japão e para a América do Norte, onde se tornou comum. Quando cultivada atinge cerca de 50 cms de altura, como mostrado na foto abaixo.




A reação à planta ocorre em cerca de 80% dos felinos, ou seja, além dos gatos, os leões, pumas, onças, leopardos, etc. sucumbirão aos efeitos dessa planta. E que efeito é esse? Segundo veterinários e especialistas, o odor exalado por essa planta contém uma substância chamada Neptalactone que, ao ser percebida pelo órgão de Jacobson, situado no cérebro do gato, faz com que o instinto predador do animal seja estimulado.

É claro que a reação a essa planta é herdada geneticamente, alguns gatos são imunes enquanto outros possuem uma reação maior, geralmente os machos. Tal reação dura poucos minutos, após duas horas o gato se recompõe e a mesma reação ocorre se entrar em contato com a erva.



Embora alguns gatos tentem comê-la, cientistas afirmam que a reação só ocorre ao odor e devido a isso muitos mordem, mastigam, esfregam ou rolam sobre a erva com o objetivo de liberar a essência das folhas. A erva é colhida quando a produção dessa essência atinge o nível máximo e suas flores e folhas são desidratadas cuidadosamente para presenvar o odor.

Após seca, ela passa a ser recheio dos mais variados tipos de brinquedos, almofadas e arranhadores, com o intuito de fazer o brinquedo mais atraente para os felinos. Tais brinquedos acabam ativando o lado predador do animal e eles são capazes de ficarem brincando por mais de uma hora, rolando e 'caçando' o brinquedo. Após a brincadeira, eles dormem um sono profundo.

A erva é considerada terapêutica para a recreação e controle do stress de felinos, sem efeitos tóxicos e nenhuma dependência química ou física. Recomenda-se que seja permitido o contato do felino com uma folha de erva, por exemplo, cerca de duas vezes por semana.


Dentre as propriedades medicinais do Catnip temos: analgésica, anticatarral, antiespasmódica, aromática, calmante, carminativa, emenagoga, estomáquica, expectorante, febrífuga, refrigerante, sedativa, sudorífera e tônica dos nervos. Ufa!

O Catnip está a venda em lojas de plantas ou grandes petshops. É possível comprar sementes, a planta em si, a erva desidratada ou em spray. É uma diversão natural, saudável e indispensável aos bichanos. Abaixo, dica de como plantar Catnip:

Escolha bem a área do canteiro, preferencialmente terras com alto teor de matéria orgânica. Em geral, as ervas não devem ser cultivadas com uso de adubos químicos para se obter um sabor mais intenso e plantas mais compactas. Revolva a terra entre 20 e 30 cm de profundidade e, se desejar, misture para cada m² de canteiro 150 g (1 copo) de esterco bem curtido ou húmus, uma semana antes da semeadura ou do transplante. Irrigar uma vez por dia, sem encharcar, de preferência no início da manhã ou no final da tarde. Também podem ser cultivadas em vasos dentro de casa.


Dicas: gosta de solos bem drenados e arenosos, em pleno sol. Depois de florescer, podar bem.


Época de plantio: todo o ano, exceto em épocas de geadas.

Vale a pena lembrar que os gatos também reagem a outras plantas como a Valeriana (Valeriana Officinalis) e que a planta do Catnip atrai abelhas, mas repele insetos e baratas.

E você já estava pensando em levar seu bichinho no Gatos Anônimos, né?

sexta-feira, 11 de maio de 2007

O Grande Lago

Olhando o mapa abaixo você sabe onde fica o Cambodja?





O Cambodja (terceiro de cor roxa de cima para baixo) é um país de 181.000 Km², que faz fronteiras com o Vietnam (1.230 Km), com a Tailândia (800 Km) e com o Laos (540 Km) e tem uma linha costeira de quase 450 Km de extensão com o Golfo da Tailândia. Também pode ser chamado de Camboja ou Cambodia.




O páis é cruzado de norte a sul pelo Rio Mekong. Um rio que nasce no Tibete e depois percorre China, Mianmar, a Tailândia, o Laos, o Cambodja e o Vietnam onde encontra o mar. Tem aproximadamente 4.500 Km de comprimento e na sua passagem pelo Cambodja, um de seus afluentes chamado Rio Tonlé Sap tem um comportamento um tanto curioso: ele muda de direção de acordo com a época do ano. Isso mesmo, ele muda de direção. Mágica? Ilusão de ótica? Cólera do Dragão? Não.




No Cambodja predominam as baixas altitudes, onde o maior acidente geográfico é um curioso grande lago, o Tonlé Sap, com cerca de 2.500 Km² de extensão na estação seca, mas cuja dimensão chega a 12.000 Km² na estação das chuvas. Veja foto de satélite abaixo.






O Rio Tonlé Sap, que significa Grande Rio de Águas Frescas, tem um sistema de abastecimento adjacente bastante flexível pois, conforme a estação, abastece ou é abastecido. Durante o período de Junho a Setembro a água flui pelo Rio Tonlé Sap do Rio Mekong até o lago Tonlé Sap, no período de Outubro a Maio a água flui do lago Tonlé Sap até o Mekong.



Preste bem atenção: um é lago e o outro é rio. Ambos se chamam Tonlé Sap.



Graças a esse fluxo diferente e as grandes cheias e secas, o solo do Cambodja é muito rico para o plantio. Além do mais, na época de cheia, o lago Tonlé Sap é um dos lugares do mundo com maior concentração de peixes de água doce.

A capital do Cambodja é Phnom Pehn, sua língua é o Khmer, a moeda local é o Riel e o Hino Nacional se chama Nokoreach. O Cambodja sofre com uma guerra civil desde a segunda guerra mundial. Após a independência concedida pela França, em novembro de 1953, o comunismo assumiu a liderança no país e um forte sentimento nacionalista fez com que surgissem conflitos que causaram a morte de milhões de cambodjanos nas últimas décadas.

Em 1956, o Camboja desarmou a população ordeira. De 1975 a 1977, um milhão de pessoas "instruídas", impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados. Mais de 30 anos após o ocorrido ainda ocorre de, ao pedir um prato em um restaurante no Cambodja, o que mais demora para vir é a conta, pois não há alguém com instrução para calculá-la.

terça-feira, 8 de maio de 2007

A solução para o soluço

Ontem tive ataques de soluço. Foram 4 vezes durante o decorrer do dia em que eu soluçava e apenas quando eu prendia a respiração por um tempo prolongado é que o disgramado resolvia ir embora. Ele foi, mas a minhaquinha da curiosidade não me deixou descansar. O que é o soluço? De onde vem? Para onde vai? Como resolvê-lo? É o que veremos a seguir:


O soluço (em inglês hiccups) é um espasmo repentino e involuntário do diafragma (músculo envolvido na respiração, que separa o tórax do abdome e recobre o estômago) e é muito comum em bebês justamente pelo fato de não terem os sistemas digestivo e nervoso totalmente desenvolvidos e, portanto é muito difícil controlar os movimentos do diafragma. O soluço não traz problemas à saúde e a maioria desaparece espontâneamente em alguns minutos. Os bebês podem ter soluços até mesmo enquanto estão no útero materno. O fechamento repentino das cordas vocais levam ao som característico.



O soluço surge quando alguma parte do sistema nervoso é afetada.

  1. Dano no sistema nervoso central: causados por danos físicos (traumatismo, derrame, tumor cerebral) ou psiquicos (trauma, depressão, ansiedade) no cérebro.
  2. Irritação do nervo vago: Pneumonia, infarto, hepatite, esofagite, pancreatite e tumores podem atingir esse nervo, que vai da cabeça ao abdômen e também mexe com o diafragma. Intenso e duradouro, some apenas com a cura da doença causadora.
  3. Irritação do nervo frênico: tipo comum que ocorre quando o estômago incha, apertando o chamado nervo frênico. Causado por indigestão ou ingestão rápida de alimentos, bebida gelada enquanto come uma comida quente, comida muito quente ou apimentada, gargalhadas explosivas, bebida alcoólica em excesso, inalação anormal durante o fumo de cigarro e a exposição de uma fonte de frio a um corpo quente, exemplo: corrente de ar gelado em um corpo descoberto ou os pés descalsos no piso frio.

O soluço então entra em ação para alertar que algum procedimento envolvendo a respiração e a alimentação não foi executado de maneira correta. Quando o ar entra no canal do esôfago e fica entre camadas de alimentos ou quando a comida desce muito devagar por esse mesmo canal o soluço é a solução!



Para não ter soluço evite comer rapidamente, mantenha uma postura mais correta e respire pausadamente, evite bebidas alcoólicas e cigarros, não coma refeições gordurosas em demasia.


Percebe-se que é muito fácil evitá-lo. Dentre as soluçõe possíveis temos:


  • Force um arroto - se o soluço for causado por excesso de ar, o arroto deve resolver o problema;
  • Respire em um saco de papel por alguns minutos;
  • Efetue gargarejos com água fria (e não gelada);
  • Tome alguns goles de água fria (e não gelada);
  • Peça a ajuda de alguém para tampar-lhe completamente os ouvidos enquanto bebe um copo de água fria com a respiração presa;
  • Permaneça deitado de bruços por algum tempo, esta posição força mais o diafragma fazendo com que ele retorne ao estado normal;
  • Prenda a respiração por alguns minutos;
  • Injeção de adrenalina;
  • Susto;
  • Um beijo apaixonado;
  • Toque retal.

Este último, inclusive, foi premiado com o IgNobel de medicina a Francis M. Fesmire (EUA) em 2006. O prêmio IgNobel é dado àqueles estudos "que não podem ou não deveriam ser reproduzidos".

O recordista de soluços foi Charles Osborne (1893 - 1991). Ele soluçou por 68 anos, de 1922 até 1990. Com uma taxa de 40 soluços por minuto diminuindo a 20 e finalmente parando em 5 de Junho de 1990, quando sua filha, Melissa, rezou por ele. O soluço não impediu Charles de se casas 2 vezes e de ter 8 filhos. Charles morreu devido a complicações com úlcera. Estima-se que ele tenha soluçado cerca de 430 milhões de vezes nesses 68 anos de soluços. A média de um ser humano normal é de 230 vezes.

Charles Osborne deveria ter conhecido Francis Fesmire...

domingo, 6 de maio de 2007

É Durian de engolir!

Você já ouviu falar do Durian? No Brasil ela é conhecida como Durião... Ainda não sabe? Pois bem, logo abaixo você verá uma foto dela.


E agora? Facilitou? Também não? Então vamos deixar de rodeios. Durian é simplemente o REI DE TODAS AS FRUTAS!



Antes que os defensores das maçãs, bananas, uvas e pêras queiram contestar a minha afirmação dizendo que o abacaxi é o rei porque tem coroa, eu já informo: quem afirma isso não sou eu e sim o povo do sudeste da Ásia. Ela é do tamanho de uma jaca e se assemelha muito a uma, mas algumas características peculiares fazem com que ela tenha essa fama. Vamos a descrição científica:



Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Malvales

Família: Malvaceae (Bombacaceae)

Gênero: Durio

Espécie: Existem cerca de 30 espécies diferentes de Durio, mas apenas a Durio zibethinus está disponível no mercado internacional, as demais espécies são encontradas apenas no local onde elas são nativas: no sudeste da Ásia.


Além do tamanho que pode ser de até 30 centímetros de comprimento e 15 centímentros de largura, o outro fator que o levou a ser considerado o Rei das Frutas é o seu odor. E se engana aqueles que acreditam que o odor deste rei é Channel Nº5. O Durian fede. E muito! Abaixo algumas descrições do odor do Durian:


"... uma mistura de creme de queijo, molho de cebola, um vinho originário da Espanha e outros pratos impróprios..."


Alfred Russel Wallace
naturalista britânico, 1856



"... seu odor é melhor descrito como fezes de porco, aguarrás e cebolas, guarnecido com chulé. Pode ser sentido por muitos metros de distância..."

Richard Sterling
escritor sobre comidas


Sim! Essa fruta fede mais que gases após digestão de Esfihas do Rabibis e em alguns lugares isso foi tão levado a séria que é proibido comê-la em público, como em Cingapura. Veja abaixo uma placa que pode ser encontrada no metrô de Cingapura.


Apesar de toda a fedentina, o povo do sudeste da Ásia não só a reverencia como um rei como também a consome diariamente nos mais variados pratos como em geléias, gelados e pudins. Os filipinos têm por hábito comer o fruto embebido em vinagre de arroz. Dentre as razões do sucesso da fruta-budum estão a atribuição de poderes medicinais e afrodisíacos.

Abaixo você encontra uma receita dessa frutinha linda, que também é da família da graviola e que, pra nossa sorte, cheira flores do campo.


Bolo de Durian



Ingredientes:

1 Durian
3/4 copo margarina
2/3 copo açúcar
4 ovos gemas e claras separadas
3/4 copo farinha


Modo de Preparo:

Pre aqueça o forno a 180 graus Celsius. Retire a parte carnuda do Durian e descarte as sementes. Com um processador transforme a parte carnuda em uma pasta. Numa tigela separada bata a margarina e o açucar até formarem um creme, então adicione as gemas e bata. Acrescente a farinha e misture bem a massa e aos poucos coloque o pasta de Durian até formar uma massa homogênea.


Bata as claras em neve e, após adquirirem uma consistência fofa, misture cuidadosamente a massa do bolo. Coloque em uma forma untada e leve ao forno por aproximadamente 1 hora.


Rende de 8 a 10 pedaços!


Boa indigestão!

sábado, 5 de maio de 2007

Adeus, Plutão!

No dia 24/03/2006, perdemos Plutão. Ele não saiu de órbita ainda, ele também não colidiu com nenhum meteoro gigantesco (apesar de ser bastante possível), muito menos virou lua de algum planeta maior que aliciou este pequeno corpo celeste. Neste fatídico dia, Plutão perdeu a atribuição de Planeta como os demais 8 amigos do Sistema Solar e passou a se chamar apenas "planeta anão".



A decisão adotada pela União Astronômica Internacional (IAU) fez com que crianças comemorassem nas escolas: um planeta a menos para decorar. Apesar do macete ensinado pelo Beakman: Meu Velho Tio Mandou Júnior Saborear Umas Nove Pizzas. Não entendeu?

Meu: Mercúrio

Velho: Vênus

Tio: Terra

Mandou: Marte

Júnior: Júpiter

Saborear: Saturno

Umas: Urano

Nove: Netuno

Pizzas: Plutão




E apesar do macete, agora nós só temos que tirar as pizzas da frase. Bom para quem está de dieta. Ao lado, a Terra e seu satélite natural, Lua e Plutão e seu respectivo, Caronte.


Haviam correntes que apoiavam incorporar Plutão a categoria de planetas, mas caso isso ocorresse crianças no mundo todo cometeriam suicídios coletivos, pois o número de planetas do sistema solar passaria de 9 para 12. E junto com Plutão, virariam planetas também Caronte (lua de plutão que é tão "grande" quanto ele), Ceres (asteróide que segue a órbita Solar e está localizado num cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter) e o UB313 (outro planeta anão que fica além Plutão e foi descoberto por Mike Brown, que desejava nomeá-lo Xena). Pelo menos este último a criançada não teria dificuldade em lembrar, né? "Forjada no calor da batalha, a princesa guerreira...". Mas por fim, de Xena, o UB313 ganhou o nome Éris, a deusa da discórdia.


E para ajudar: Meu Velho Tio Mandou Caio Júnior Saborear Umas Nove Pizzas Calabreza Xpecial. Corrigindo: Especial.


Plutão era menor do que sete satélites naturais de planetas do sistema solar: Lua, Io, Europa, Ganymede, Callisto, Titan e Triton e que Éris. Recebeu esse nome por que na mitologia Romana, Plutão era o deus do Inferno (Hades para os Gregos), isso porque ele ficava tão distante do Sol, numa verdadeira escuridão perpétua.


A tempo: Xena foi uma personagem supostamente mitológica criada especialmente para a série.

Adeus, Plutão! Você ficará para sempre em nossos corações... Sniff... Sniff...

terça-feira, 1 de maio de 2007

Express Yourself

A seguir uma lista de expressões curiosas da língua portuguesa, apesar do título do post em inglês.

"Fazer nas coxas."

A origem vem da época dos escravos, que usavam as próprias coxas para moldar o barro usado na fabricação das telhas. Como as medidas eram diferentes, as telhas saíam também em formatos desiguais. E o telhado, “feito nas coxas”, acabava torto. Tem outra explicação, mas não é possível contar nesse blog.


"Lua-de-mel."


Há mais de 4 mil anos, os habitantes da Babilônia comemoravam a lua-de-mel durante o primeiro mês de casamento. Nesse período, o pai da noiva precisava fornecer ao genro uma bebida alcoólica feita da fermentação do mel. Como eles contavam a passagem do tempo por meio de um calendário lunar, as comemorações ficaram conhecidas como lua-de-mel.


"Baderna."


Uma bailarina de nome Marietta Baderna fazia muito sucesso no Teatro Alla Scalla, de Milão. Ao apresentar-se no Brasil, em 1851, causou frisson entre seus fãs, logo apelidados de “os badernas”. O sobrenome da artista, de comportamento liberal demais para os padrões da época, deu origem ao termo que significa confusão, bagunça.


"Cor de burro quando foge."


Por acaso o burro muda de cor quando foge? Na verdade, a tradição oral foi modificando a frase, que inicialmente era “corra do burro quando ele foge”. O burro enraivecido é mesmo perigoso.


"Arco-íris."


Na mitologia grega, Íris era a mensageira da deusa Juno. Como descia do céu num facho de luz e vestia um xale de sete cores, deu origem à palavra arco-íris. A divindade deu origem também ao termo íris, do olho.


"Bode expiatório."


A expressão significa que alguém recebeu a culpa de algo cometido por outra pessoa. A origem está num rito da tradição judaica. Simbolicamente, o povo depositava todos os seus pecados num bode, que era levado até o deserto e abandonado. Dessa forma, acreditava-se que as pessoas estariam livres de todos os males que tinham feito.


"A vaca foi pro brejo."


Faz referência a tempos difíceis, de seca, quando o gado parte em direção a brejos ou terrenos pantanosos em busca de água.


"Não ponho a mão no fogo por ninguém."


É bom mesmo, se você não quiser se responsabilizar pelos outros. Na Idade Média, quando alguém se dizia inocente diante de algum fato, tinha de provar pegando numa barra de ferro incandescente e caminhando alguns metros na frente do juiz e das testemunhas. Depois de três dias retirava-se o curativo e, se não houvesse sinais de queimaduras, o que era quase impossível, o suspeito era considerado inocente.


"Pagar o pato."


Vem de um antigo jogo de destreza feito nas aldeias portuguesas, na qual os garotos saiam correndo atrás de um pato para agarrá-lo. Quem conseguisse, levava o bichinho direto para o caldeirão. Porém, quem tomasse um “olé” da ave e a deixasse escapar, acabava pagando por ela, sem carregá-la para casa.


"Não entendi patavina."


Os romanos não compreendiam uma palavra do que dizia o historiador do Império Romano Tito Lívio. Acontece que ele tinha nascido em Patavium (atual Padova ou Pádua, na Itália), onde se falava um Latim muito antigo e incorreto, incompreensível aos ouvidos sofisticados. Por isso, os romanos passaram a se referir a Tito como “o Patavino”, uma outra versão diz que os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Assim, não entender patavina significa não entender nada.


"Calcanhar de Aquiles."


De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num grande lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.


"Voto de Minerva."


Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto de desempate ou o voto decisivo.


"Casa da Mãe Joana."


Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.


"Vá se queixar ao Bispo."


Durante o Brasil Colônia, a fertilidade de uma mulher era atributo fundamental para o casamento, afinal, a ordem era povoar as novas terras conquistadas. A Igreja permitia que, antes do casamento, os noivos mantivessem relações sexuais, única maneira de o rapaz descobrir se a moça era fértil. E adivinha o que acontecia na maioria das vezes? O noivo fugia depois da relação para não ter que se casar. A mocinha, desolada, ia se queixar ao bispo, que mandava homens para capturar o tal espertinho.


"O conto do vigário."


Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.


"Ficar a ver navios."


Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.


"Dourar a pílula."


Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar os aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.


"Chegar de mãos abanando."


Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que chegassem para trabalhar nas terras trouxessem suas próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.


"Sem eira nem beira."


Os telhados de antigamente possuíam eira (hoje conhecido como platibanda) e beira (conhecido como beiral), detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.


"Abraço de tamanduá."


Para capturar sua presa, o tamanduá se deita de barriga para cima e abraça seu inimigo. O desafeto é então esmagado pela força. Abraço de tamanduá é sinônimo de deslealdade, traição.


"O canto do cisne."


Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. Desta maneira a expressão "canto do cisne" representa as últimas realizações de alguém.


"Estômago de avestruz."


Define aquele que come de tudo. O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.


"Lágrimas de crocodilo."


É uma expressão usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando captura uma presa, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.


"Memória de elefante."


O elefante lembra de tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atrações do circo. Diz-se que as pessoas que se recordam de tudo tem memória de elefante.


"Olhos de lince."


Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.


"Levantar a lebre."


Metáfora de caça que significa descobrir algo que não é de conhecimento geral. Aparece em diversos outros provérbios, como: "A lebre é de quem levanta e o coelho de quem o mata" ou "Levantas a lebre, para que outrem medre (seja favorecido)".


"Falar pelos cotovelos."


A frase, que significa “falar demais”, surgiu do costume que as pessoas muito falantes têm de tocar o interlocutor no cotovelo afim de chamar mais a atenção. O folclorista brasileiro Câmara Cascudo fazia referência às mulheres do sertão nordestino, que à noite, na cama com os maridos, tocavam-nos para pedir reconciliação depois de alguma briga.


"Ok."


OK significa “tudo certo” (all correct em inglês). No início do século XIX, em Boston, nos Estados Unidos, em vez de usar as letras AC, que poderiam ser confundidas com alternating current (corrente alternada), as pessoas diziam OK, de oll korrect, gíria de mesmo significado. Durante uma campanha presidencial de 1840, a sigla foi usada como slogan e acabou conhecida no país inteiro. Outra versão é que a sigla começou a ser usada durante a Guerra da Secessão, uma disputa entre o norte e o sul dos Estados Unidos. As fachadas das casas exibiam o OK para indicar zero killed, ou seja, nenhuma baixa na guerra civil.


"Deixar as barbas de molho."


Na Antiguidade e na Idade Média, a barba significava honra e poder. Ter a barba cortada por alguém representava uma grande humilhação. Essa idéia chegou aos dias de hoje nessa expressão que significa ficar de sobreaviso, acautelar-se, prevenir-se. Um provérbio espanhol diz que "quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho". Todos devemos aprender com as experiências dos outros.



Ok, pessoal, acho que já falei pelos cotovelos aqui e rezo eu que este não seja meu canto do cisne, pois tenho memória de elefante e quero ainda escrever muito nessa baderna, e para eu não ficar dourando a pílula sem eira nem beira, vou deixar minhas barbas de molho antes que a vaca vá para o brejo ou isso fique feito nas coxas. Não entendeu patavina? Então leia tudo de novo ou vai ficar a ver navios!!!

terça-feira, 24 de abril de 2007

Du bai a Dubai, babai?



Certo. Esqueçam o título ridículo. O tema do post de hoje é Dubai.


Dubai é a maior cidade dos Emirados Árabes Unidos e a capital do emirado de mesmo nome. Pertenceu a Abu Dhabi até 1833. Originalmente era uma aldeia de pescadores coletores de pérolas. A população nativa de Dubai é minoritária e mais de três quartos dos habitantes são de outros países, em especial, do sul da Ásia e das Filipinas. O idioma oficial é o árabe, mas o inglês é ensinado nas escolas e amplamente utilizado.


Apenas 7% da renda é obtida da exploração do petróleo, ao contrário dos demais emirados. A maior parte dos recursos provêm da Zona Franca Jebel Ali, onde se localiza o porto de Dubai. Nos últimos 15 anos, Dubai apresentou um boom de crescimento extremamente acelerado. Veja a foto de Dubai em 1991 e logo em seguida a mesma imagem em 2005.




O turismo é outra grande fonte de fundos para esta cidade. Dentre as mais impressionantes obras turísticas de Dubai estão: o hotel Burj Al Arab, com 321 metros de altura, um dos maiores do mundo e um dos mais luxuosos; o arranha-céus Burj Dubai que está em construção e que, ao ser finalizado, em 2008 terá aproximadamente 800 metros de altura e será o mais alto do mundo por muitos metros de diferença e o residencial Palm Island, um conjunto de ilhas artificiais no formato de palmeiras e um arquipélago que imita o globo terrestre permeado de casas luxuosas para venda ou temporada. A última palmeira está prevista para ser construída em 2008.

Agora vejam as fotos e babem.

Burj Al Arab:





Burj Dubai




The Palms Islands






Tudo muito simples por lá, não?