Express Yourself
"Fazer nas coxas."
A origem vem da época dos escravos, que usavam as próprias coxas para moldar o barro usado na fabricação das telhas. Como as medidas eram diferentes, as telhas saíam também em formatos desiguais. E o telhado, “feito nas coxas”, acabava torto. Tem outra explicação, mas não é possível contar nesse blog.
"Lua-de-mel."
Há mais de 4 mil anos, os habitantes da Babilônia comemoravam a lua-de-mel durante o primeiro mês de casamento. Nesse período, o pai da noiva precisava fornecer ao genro uma bebida alcoólica feita da fermentação do mel. Como eles contavam a passagem do tempo por meio de um calendário lunar, as comemorações ficaram conhecidas como lua-de-mel.
"Baderna."
Uma bailarina de nome Marietta Baderna fazia muito sucesso no Teatro Alla Scalla, de Milão. Ao apresentar-se no Brasil, em 1851, causou frisson entre seus fãs, logo apelidados de “os badernas”. O sobrenome da artista, de comportamento liberal demais para os padrões da época, deu origem ao termo que significa confusão, bagunça.
"Cor de burro quando foge."
Por acaso o burro muda de cor quando foge? Na verdade, a tradição oral foi modificando a frase, que inicialmente era “corra do burro quando ele foge”. O burro enraivecido é mesmo perigoso.
"Arco-íris."
Na mitologia grega, Íris era a mensageira da deusa Juno. Como descia do céu num facho de luz e vestia um xale de sete cores, deu origem à palavra arco-íris. A divindade deu origem também ao termo íris, do olho.
"Bode expiatório."
A expressão significa que alguém recebeu a culpa de algo cometido por outra pessoa. A origem está num rito da tradição judaica. Simbolicamente, o povo depositava todos os seus pecados num bode, que era levado até o deserto e abandonado. Dessa forma, acreditava-se que as pessoas estariam livres de todos os males que tinham feito.
"A vaca foi pro brejo."
Faz referência a tempos difíceis, de seca, quando o gado parte em direção a brejos ou terrenos pantanosos em busca de água.
"Não ponho a mão no fogo por ninguém."
É bom mesmo, se você não quiser se responsabilizar pelos outros. Na Idade Média, quando alguém se dizia inocente diante de algum fato, tinha de provar pegando numa barra de ferro incandescente e caminhando alguns metros na frente do juiz e das testemunhas. Depois de três dias retirava-se o curativo e, se não houvesse sinais de queimaduras, o que era quase impossível, o suspeito era considerado inocente.
"Pagar o pato."
Vem de um antigo jogo de destreza feito nas aldeias portuguesas, na qual os garotos saiam correndo atrás de um pato para agarrá-lo. Quem conseguisse, levava o bichinho direto para o caldeirão. Porém, quem tomasse um “olé” da ave e a deixasse escapar, acabava pagando por ela, sem carregá-la para casa.
"Não entendi patavina."
Os romanos não compreendiam uma palavra do que dizia o historiador do Império Romano Tito Lívio. Acontece que ele tinha nascido em Patavium (atual Padova ou Pádua, na Itália), onde se falava um Latim muito antigo e incorreto, incompreensível aos ouvidos sofisticados. Por isso, os romanos passaram a se referir a Tito como “o Patavino”, uma outra versão diz que os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Assim, não entender patavina significa não entender nada.
"Calcanhar de Aquiles."
De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num grande lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.
"Voto de Minerva."
Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto de desempate ou o voto decisivo.
"Casa da Mãe Joana."
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.
"Vá se queixar ao Bispo."
Durante o Brasil Colônia, a fertilidade de uma mulher era atributo fundamental para o casamento, afinal, a ordem era povoar as novas terras conquistadas. A Igreja permitia que, antes do casamento, os noivos mantivessem relações sexuais, única maneira de o rapaz descobrir se a moça era fértil. E adivinha o que acontecia na maioria das vezes? O noivo fugia depois da relação para não ter que se casar. A mocinha, desolada, ia se queixar ao bispo, que mandava homens para capturar o tal espertinho.
"O conto do vigário."
Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.
"Ficar a ver navios."
Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.
"Dourar a pílula."
Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar os aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.
"Chegar de mãos abanando."
Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que chegassem para trabalhar nas terras trouxessem suas próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.
"Sem eira nem beira."
Os telhados de antigamente possuíam eira (hoje conhecido como platibanda) e beira (conhecido como beiral), detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.
"Abraço de tamanduá."
Para capturar sua presa, o tamanduá se deita de barriga para cima e abraça seu inimigo. O desafeto é então esmagado pela força. Abraço de tamanduá é sinônimo de deslealdade, traição.
"O canto do cisne."
Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. Desta maneira a expressão "canto do cisne" representa as últimas realizações de alguém.
"Estômago de avestruz."
Define aquele que come de tudo. O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.
"Lágrimas de crocodilo."
É uma expressão usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando captura uma presa, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.
"Memória de elefante."
O elefante lembra de tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atrações do circo. Diz-se que as pessoas que se recordam de tudo tem memória de elefante.
"Olhos de lince."
Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.
"Levantar a lebre."
Metáfora de caça que significa descobrir algo que não é de conhecimento geral. Aparece em diversos outros provérbios, como: "A lebre é de quem levanta e o coelho de quem o mata" ou "Levantas a lebre, para que outrem medre (seja favorecido)".
"Falar pelos cotovelos."
A frase, que significa “falar demais”, surgiu do costume que as pessoas muito falantes têm de tocar o interlocutor no cotovelo afim de chamar mais a atenção. O folclorista brasileiro Câmara Cascudo fazia referência às mulheres do sertão nordestino, que à noite, na cama com os maridos, tocavam-nos para pedir reconciliação depois de alguma briga.
"Ok."
OK significa “tudo certo” (all correct em inglês). No início do século XIX, em Boston, nos Estados Unidos, em vez de usar as letras AC, que poderiam ser confundidas com alternating current (corrente alternada), as pessoas diziam OK, de oll korrect, gíria de mesmo significado. Durante uma campanha presidencial de 1840, a sigla foi usada como slogan e acabou conhecida no país inteiro. Outra versão é que a sigla começou a ser usada durante a Guerra da Secessão, uma disputa entre o norte e o sul dos Estados Unidos. As fachadas das casas exibiam o OK para indicar zero killed, ou seja, nenhuma baixa na guerra civil.
"Deixar as barbas de molho."
Na Antiguidade e na Idade Média, a barba significava honra e poder. Ter a barba cortada por alguém representava uma grande humilhação. Essa idéia chegou aos dias de hoje nessa expressão que significa ficar de sobreaviso, acautelar-se, prevenir-se. Um provérbio espanhol diz que "quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho". Todos devemos aprender com as experiências dos outros.
Ok, pessoal, acho que já falei pelos cotovelos aqui e rezo eu que este não seja meu canto do cisne, pois tenho memória de elefante e quero ainda escrever muito nessa baderna, e para eu não ficar dourando a pílula sem eira nem beira, vou deixar minhas barbas de molho antes que a vaca vá para o brejo ou isso fique feito nas coxas. Não entendeu patavina? Então leia tudo de novo ou vai ficar a ver navios!!!
4 comentários:
Eu acho que vc deveria explicar o outro significado de "fazer nas coxas" hahaha e aproveitar e falar tbm da origem da palavra "bacanal"
Ohhh tirem as crianças da sala!!
Gostei! Algumas das origens eu já conhecia mas outros eu nem fazia idéia! Muito interessante!
Um abraço!
hahahaha Leeeeeeeeeeeeeee, adoreiiiiiiiii, xuxu!
Volta logo de férias!
Beijos pro c!
Olá1
Me chamam Luzia, sou professora, e ao usar a expressão pagar o pato, os alunos disseram: o que é isso professora?
Naquele momento não tive resposta, daí estou a pesquisar.
Agora vou passar para eles, pois não vou pagar o pato.
Muito bom, criativo, precisamos de pessoas assim que contribuem para outros saberes.
Parabéns! Vejo que escreve com carinho e não faz nas coxas rs.
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